DMA recomenda corte de árvore tóxica para abelhas e polinizadores
Uma árvore que pode atingir até 25 metros de altura e tem uma exuberante floração de cor laranja-avermelhada, o que a torna notável e imponente. Assim é a Espatódea, também conhecida como bisnagueira, tulipeira-do-gabão, xixi-de-macaco ou chama-da-floresta. Ela é uma planta de origem africana que foi introduzida em solo brasileiro e hoje, ornamenta muitas cidades catarinenses. O problema está no fato de tanta beleza ser tóxica para algumas espécies de abelhas, beija-flores e outros polinizadores, que são importantes para a perpetuação da flora local.
Pensando na preservação do meio ambiente, Santa Catarina instituiu uma Lei Estadual de Nº 17.694/19, complementada pela de Nº 18.323/22, que proíbe o plantio e a produção de mudas da espécie. Mas uma recomendação tem se tornado comum nas cidades catarinenses, e agora chega a Urussanga: o corte imediato das árvores Espatódeas já existentes, e a recomendação de substituição por mudas nativas.
“Há o entendimento de que uma planta nociva aos principais polinizadores deve ser removida e a Diretoria do Meio Ambiente (DMA) está aqui, principalmente para oferecer as orientações necessárias. Essa é uma campanha que estamos lançando agora, mas sabemos que não se resolve de uma hora para outra. Estipulamos o prazo de seis meses para ter esse problema resolvido, mas precisamos da colaboração da população urussanguense”, destaca o diretor da DMA, Marcio Moreira
O Biólogo da DMA, Jhoni Caetano Souza, explica que dentro da propriedade particular, o proprietário pode fazer o corte dessa árvore. “Quando a pessoa estiver em dúvida, pode solicitar a DMA para fazer o reconhecimento da espécie. Não há necessidade de agendamento, uma vez que o sujeito tem essa árvore em seu terreno e ele deseja cortar, é só comunicar a DMA que nos deslocamos para ver se realmente é a espécie que estamos falando e ordenando o corte”, frisa.
Mais informações podem ser obtidas com a Diretoria do Meio Ambiente, através do número (48) 3465-1188 ou na sede do órgão, ao lado do Paço Municipal.
Conheça a Espatódea
A Espatódea é uma árvore exótica, de origem africana, que foi introduzida no Brasil como planta ornamental. É considerada uma planta invasora de rápida propagação. Pode atingir até 25 metros de altura e, em condições favoráveis, viver até 80 anos. O perigo para os insetos e aves polinizadoras, porém, está em suas flores.
As flores têm o formato de tulipa, e começam a surgir a partir do quarto ano após o plantio, geralmente na primavera e verão. Sua estrutura apresenta numerosos botões que com aberturas sucessivas garantem uma longa floração.
O néctar adocicado e o pólen abundante atrai muitos pássaros e insetos que muitas vezes acabam morrendo no contato com a planta. Isso porque, há a presença de um alcalóide neurotóxico nos botões florais que é transferido para o néctar e pólen das flores, além de uma substância viscosa que prende os insetos que se aproximam da região.
A função dessa substância viscosa, chamada de mucilagem, é proteger os botões e as estruturas reprodutivas no interior da flor, mas acaba se tornando uma armadilha mortal para abelhas e outros pequenos polinizadores, que grudam e morrem.
As abelhas atraídas pelo pólen, tem o sistema nervoso afetado pelo alcalóide e vem a óbito. Os beija-flores também são atingidos. Quando sobrevive, a abelha contaminada leva o pólen tóxico para a colmeia, alterando o processo de confecção de ceras e favos.
Por Ana Paula Nesi – Assessora de Comunicação PMU