Avise: em Urussanga, caminhada alerta para o combate ao abuso sexual infantojuvenil
O dia 18 de Maio, marca a luta, conscientização e mobilização no combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. Várias iniciativas em todo o país marcam a agenda de envolvimento dos poderes públicos e da população no enfrentamento à essa violência. Em Urussanga, uma caminhada marcou a abertura do “Projeto Avise”, que visa trabalhar o assunto e levar o alerta para dentro das escolas e também à população.
Partindo da Igreja Matriz, um grupo composto por escoteiros, Assistência Social, CRAS, Creas, Secretaria de Educação, Polícia Militar, Agentes Comunitárias de Saúde, e estudantes das escolas Barão do Rio Branco e Caetano Bez Batti, seguiram pelo Centro do município, até a sede da Secretaria de Assistência Social. Com flores símbolos da campanha, faixas e carro de som, a ação chamou atenção da população.
“O Projeto Avise, é para conscientizarmos as pessoas do que acontece hoje com as nossas crianças e adolescentes. Pensando no caso da menina Araceli, que há 50 anos foi estuprada, violentada e nada aconteceu, não teve justiça para ela, queremos hoje alertar para que não aconteça mais crimes como este, e que haja justiça quando acontecer. Por isso essa paralisação, essa caminhada para conscientizar as pessoas que os agressores podem e devem ser denunciados. Disque 100. Denuncie, para protegermos as nossas crianças e adolescentes”, destacou a Secretária de Assistência Social, Izolete Duarte Vieira.
Na chegada à secretaria, os participantes em um ato simbólico “plantaram” as flores no jardim. Eles receberam e entregaram panfletos de conscientização e puderam escrever recados e mensagens de alerta ao tema.
Em nove meses de atendimentos da Escuta Especializada em Urussanga, por meio da Lei federal 13.431/2017, o Creas e o Conselho Tutelar Municipal, já receberam 17 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Embora o número seja alto, estima-se que outros casos ainda devam ser denunciados.
O caso Araceli
O caso do desaparecimento e morte da menina de oito anos, Araceli Cabrera Crespo, em maio de 1973, intriga pela grande quantidade de fatos desencontrados até hoje, 50 anos depois do crime. Polícia, suspeitos e familiares se depararam com diversas versões ao longo desses anos, e o crime permanece sem solução. O processo, depois do julgamento e absolvição dos acusados, foi arquivado pela Justiça.
Araceli foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada no Espírito Santo. O corpo foi deixado desfigurado e em avançado estado de decomposição próximo a uma mata, em Vitória, dias depois de desaparecer.
Depois de alguns anos, o dia do desaparecimento de Araceli passou a servir de marco para alertar a sociedade sobre a violência contra as crianças. O 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, desde o ano 2000.
or Ana Paula Nesi – Assessora de Imprensa PMU – com informações G1 ES