Setembro Amarelo: falar é o melhor remédio
Por muito tempo, falar sobre suicídio era um tabu na sociedade. Mas atualmente, já está comprovado que o trabalho de prevenção ao suicídio envolve a ampliação da comunicação e não a evitação da fala. “Não falar sobre suicídio não diminuiu seus índices, pelo contrário, eles têm aumentado. O suicídio é um pedido de socorro individual e social. Por esse motivo, considero importantíssima a abertura de espaços para discussão sobre a vulnerabilidade humana. Todos nós temos dores e, portanto, todos nós sofremos. Muitas vezes não compreendemos as motivações de uma pessoa que tira a própria vida e, talvez, nunca seremos capazes de compreender a verdade em sua totalidade, sobretudo porque toda a verdade a respeito da pessoa, se foi juntamente com a sua vida”, explica a psicoterapeuta, Marina Barbosa Albano.
Segundo a profissional, que atende pessoas que tentaram o suicídio, evitar a dor é causa de intensa perturbação. “Nunca conseguiremos lidar com a dor se não olharmos primeiramente para a ferida que causa a dor. A ferida é sentida por não ser consentida. Ao olharmos para a ferida, damos a chance de nos apoderarmos de nossas necessidades e nos tornamos responsáveis pelo nosso sofrimento”, afirma.
Além dos programas de prevenção, Marina ressalta que é necessário desenvolver também, programas de posvenção. “É um termo ainda pouco conhecido no Brasil, que têm como objetivo principal, cuidar do sofrimento de pessoas com ideação e tentativa de suicídio e familiares enlutados, oferecendo acolhimento e psicoterapia. Essas pessoas necessitam de escuta, apoio, acolhimento e cuidados. E também precisam falar de seu sofrimento”.
O principal apelo que a psicoterapeuta deixa é o de que as pessoas tenham empatia. “Acolha, escute, tenha compaixão, esteja presente, pois a maior dificuldade para a prevenção ao suicídio é a falta do acolhimento ao sofrimento existencial”, finaliza.
Busca por apoio
Um dos principais canais no Brasil, na luta contra o suicídio, é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. O número para contato é o 188, e o site para mais informações é o cvv.org.br. “Mesmo que você não tenha certeza de que precisa de nossa ajuda, não tenha receios em entrar em contato com a gente. Um de nossos voluntários estará à sua disposição”, é a mensagem central do atendimento realizado pelo CVV.
Em Urussanga, todas as Unidades de Saúde estão preparadas para receber as pessoas que precisam de auxílio. “Nossos profissionais estão capacitados para atenderem e prestarem as orientações necessárias. A ajuda está disponível. Falar é o melhor remédio”, destaca a Secretária Municipal de Saúde, Ingrid Zanellato.
Por Ana Paula Nesi – Assessoria de Comunicação PMU